Clima

Analisando os parâmetros do clima tais como a temperatura, a luminosidade e a precipitação total, determina-se a aptidão climática da região para a planta e a melhor época e forma de plantio e colheita.

Os períodos secos parecem ser importantes para o crescimento da raiz, para à maturação dos ramos formados na estação chuvosa precedente, para diferenciação floral e maturação dos frutos.

Pôr outro lado, chuvas ao longo de todo o ano não permitem gemas florais do cafeeiro experimentem um período de descanso durante o seu desenvolvimento.

O vento, não importa se quente ou frio, prejudica o cafeeiro pela ação mecânica, dilacerando folha e ferindo os ramos mais tenros.

O cafeeiro não tolera variações de temperatura muito amplas, sendo que as médias abaixo de 16 e acima de 24 graus são adequadas, e o ótimo está compreendido entre 19 e 21 graus .

Pôr ser uma planta muito maleável quanto á distribuição e quantidade de chuvas, sugere-se que a precipitação anual está entre 1200 e 1800mm , mas o cafeeiro cresce e produz bem tanto nas montanhas do quênia onde chove apenas 800mm , como na costa rica e índia onde a precipitação é maior do que 2000mm anuais.

Há indicações de que o cafeeiro pode suportar bem em período com deficiência hídrica de até 150mm especialmente quando ela não se estende até a fase da floração.

Solo

No passado, quando imperava um sistema de manejo mais empírico, o mais importante a ser considerado na escolha do solo era sua fertilidade natural. Pôr isso, a maioria das lavouras cafeeiras da zona da mata e do sul de minas, norte de são paulo, estado do rio de janeiro e espirito santo, estava localizada em solos polarizados, geralmente os mais férteis da paisagem.

Apesar de apresentarem uma drenagem interna entre moderada e boa, de serem profundos ou medianamente profundos de apresentarem estrutura em bloco e, as vezes prismáticas, em virtude do relevo em que se situam, não apresentam problemas de arejamento. São no entanto geral não são adequados ao intenso uso de máquinas agrícolas.

A necessidade de expansão da fronteira agrícola, a carência de mão-de-obra e o avanço da tecnologia de adubos, levaram a cafeicultura para solos mais pobres em termos de fertilidade natural, os catossolos, mas de excelentes condições físicas e topográficas.

Assim surgiram os novos cafezais das regiões do triângulo mineiro, alto paranaíba e sul de minas, em sua grande maioria estabelecidos sobre catassolos.

Estes solos, a não ser em casos especiais, em que ocorre adensamento ou captação de camadas inferiores, não apresentam nenhum problema de arejamento, em virtude, sobretudo, de sua estrutura granular e de sua grande fiabilidade. São bastante resistentes à erosão, a não ser nos casos do latossolo roxo, que exibe cuidados simples de conservação; não apresentam praticamente nenhum impedimento à mecanização intensiva.

Características físicas externas do solo

Características externas do solo como declive, exposição de pedras podem diminuir muito a possibilidade de se obter produção econômica de café.

Uma declividade maior do que 15 a 20% elimina a viabilidade de tratorizar a plantação de café.

Em função da declividade também as exigências de conservação do solo podem onerar muito o custo de produção.

A presença de pedra ou cascalho nos primeiros 30 - 40 cm do solo pode ser fator climatante para o uso de emprementos agrícolas. A classe com 5 a 15% de cascalho e lalhaus seria a classe máxima tolerada.

Características físicas internas do solo

Entre as características internas do solo podem ser destacadas:

A profundidade:

- a profundidade efetiva do solo para o cafeeiro está ao redor de 120cm desde que tenha textura média a argilosa, não tenha mais de 15% de pedras e cascalhos e possua granular ou subgranular média com média a boa estabilidade em águas dos agregados.

Textura e estrutura do solo:

- a quantidade e o tamanho das partículas presentes na massa do solo definem a sua textura que é uma característica estável.

A textura influi na:

A) velocidade de desgaste das ferramentas.

B) maior ou menor facilidade de preparação do solo.

C) capacidade de reter água e de cede-lá às plantas.

D) resistência à erosão etc.

- a estrutura é o arranjamento ou aglomeração das partículas individuais do solo: areias, limo, e argila.

A textura do solo influi:

A) na absorção e na disponibilidade de nutrientes e água

B) no arejamento do solo

C) na relação macro e micro porosidade

D) modificando o efeito da textura do solo para manter o desenvolvimento de uma boa estrutura do solo superficial deve-se evitar erosão, o excesso de calor e o excesso de trabalho mecânico do solo .

Drenagem e permeabilidade do solo:

- um solo ideal deve ter, 45% de substância mineral e 5% de matéria orgânica.

Um solo bem drenado tem ao redor de 1/3 do espaço poroso forma macroporos e 2/3 com o microporos.

O cafeeiro se desenvolve melhor em solo bem drenados, tolera solos excessivamente e moderadamente drenados e não produz satisfatoriamente em solos mal drenados .

Características químicas do solo

A existência nutricional da planta é um dos parâmetros para poder-se avaliar o teor de nutrientes que o solo deve conter para uma boa produção.

O ponto mais importante a ser observados na colheita da terra é que a amostra seja representativa da gleba amostrada.

No caso especifico do cafezal em produção à amostragem deve ser um pouco mais detalhada.

A analise química do solo para fins de fertilidade fornecem em geral os seguintes valores: ph; porcentagem de carbono; potássio, cálcio, magnésio e alumínio trocáveis e fósforo solúvel.

Pouco ou nenhum valor terão os resultados analíticos se a amostra do solo não for coletada corretamente.

Tratos culturais
Capina:

Cafeeiro é muito sensível a concorrência que lhe fazem as ervas daninhas.

A eliminação dessas ervas devem ser feita antes que elas atingem o florescimento, pôr até esse momento podem ser benéficas a lavoura cafeeira , sombreando o solo, evitando a erosão.

Normalmente são feitas quatro capinas pôr ano no cafezal.

No período chuvoso as capinas podem ser alternadas, ou seja, capina se uma rua sim e outra não, invertendo-se a ordem na capina seguinte.

A capina pode ser:


Manual: são feitas com enxadas e apesar de se constituir operação de boa qualidade, e seu rendimento é muito baixo necessitando grande mobilização de mão-de-obra.

Normalmente são recomendadas quando a declividade do terreno não permite mecanização.

Mecânica: a utilização dessa capina assumiu grande importância, tornando mais rápida e mais barata a operação. Elas são indicadas para cafezais em nível, bem alinhados e com equipamento de tração animal ou mecânica.

Arrumação e esparramação

Arruação é a operação feita antes da colheita para evitar que o café venha a se perder em mistura com a terra e resto vegetais.

Ela facilita o levantamento do café de varreção e do café derriçado.

Poder ser feita manualmente com a utilização de rodos ou rastelos, ou pôr implementos mecanizados, que proporciona um auto rendimento de serviço.

A arruação pode substituir uma capina de mato pequeno.

A esparração é operação inversa a arruação. Ela consiste em desmanchar-se as leiras ou coroas formadas, esparramando-as por igual no terreno, logo após a colheita.

Pode ser feita manualmente com enxadas ou através de esparramadores de cisco tracionados a trator.

Convém lembrar que a arruação e a esparramação são realizadas por um só implemento, bastando que se inverta a posição das lâminas para que se faça uma outra operação.

Calagem

Solos sob cerrado caracterizam-se por uma acidez quase generalizada, baixos teores de cálcio e magnésio, elevados teores de alumínio que trazem males físicos para o desenvolvimento e produção dos cafeeiros.

A calagem é uma das práticas mais importantes para melhorar as condições de baixa fertilidade natural destes solos.

Dentre os efeitos da calagem estão:

A) adiciona cálcio e algumas vezes magnésio ao solo e eleva o ph.

B) diminui a toxidez de alumínio, ferro e manganês.

C) diminui a absorção ou fixação de fósforo.

D) diminui a disponibilidade de boro, manganês e zinco.

E) aumenta a produção das culturas como resultado de um ou mais efeitos anteriormente citados.

Na calagem deve utilizar um calcário magnesiano ou dolomítico, a fim de que possa fornecer á planta, além do cálcio, também o magnésio como nutriente.

Calagem antes do plantio

Em terrenos planos o calcário deve ser distribuídos em área total, metade antes da aração e metade depois ou antes da granagem.

O cálculo da dose deve ser feito usando-se o fator 1,5 ou 2,0 procurando-se uma incorporação a pelo menos 30 cm.

A aplicação do calcário em área total antes do plantio não dispensa a complementação com mais uma dose no sulco ou cova.

Cafezais em formação e produção


A analise do solo, feita regularmente todos os anos, indicará quanto é necessário repetir a calagem.

Nesse caso não se pode incorporar o corretivo que é 60% do calcário caia mais ou menos na faixa adubada e 40% no meio da rua. Em plantios adensados a distribuídos é em área total.

Podas

Todas as vezes que o cafeeiro apresentar elevada densidade foliar, medidas deverão ser tomadas para impedir o fechamento da lavoura, aumentando-se o arejamento e a insolação para que fique menos sujeita ao ataque de pragas e doenças, produza mais e ofereça melhores condições a pulverização.

Além dos prejuízos a produção, os cafezais fechados favorecem o aumento de pragas e doenças, dificultam a colheita, provocam atrasos na maturação dos frutos e ainda apresentam tendências a produzir cafés do tipo e bebida inferior pôr causa da sombra e umidade.

As podas objetivam corrigir, na medida do possível, esses inconvenientes.

Tipos de poda

Decote: também chamado de poda alta, é feito a altura de 1,50 a 1,70 de altura. É feito em todas as ruas do talhão e imediatamente após a colheita, em ano de grande carga ou revisão de pequena safra seguinte.

O decote pode ser feito com serrote de pedra, foice ou tesoura de pedra.

Esqueletamento: também é feito em todas as ruas do talão. Nessa operação cortam-se todos os ramos plagiotrópicos a uma distância de 10 a 15 cm do ramo principal, fazendo-se decote no ponteiro do ramo ortotrópico.

Recepa: deva ser feita a uma altura de 40 cm do solo, não devendo ser mais alta, pois a brotação vai ser muito intensa exigindo excessivo trabalho de desbrota.

Na recepa total cortam-se todas as ruas do talhão.

Na recepa parcial corta-se ½ ou 1/2 do cafezal.

A adubação do cafezal recepado deve levar em consideração as ruas podadas e as não podadas.

Nas ruas podadas a adubação vai depender do estado geral da brotação. Nas ruas não podadas a adubação deverá ser a mesma do cafezal em produção, reforçando-se um pouco o nitrogênio para fazer o cafeeiro vegetar bem.

Conservação do solo

Práticas vegetais: essas práticas não são recomendadas isolamente, normalmente elas complementam as práticas de caráter mecânico.

Dentre essas práticas pode-se citar:

1) capinas alteradas: as ruas do cafezal são capinadas alternadamente.

2) roçada do mato: as ervas daninhas são roçadas.

3) redução das capinas: normalmente recomendada em período de chuva intensa, para impedir o arraste do solo.

4)culturas intercalares: o cultivo racional nas ruas do cafezal através do plantio de culturas.

5) herbicidas de pós emergência: essas práticas normalmente permite um controle das ervas daninhas ao mesmo tempo que proporciona a manutenção de uma cobertura morta sobre o terreno.

Práticas mecânicas

A grande maioria das áreas cafeeiras do brasil, permite o uso de práticas mecânicas em nível.

1) plantio em nível: meio eficiente de controle de erosão.

2) locação do cafezal: a racionalização da locação do cafezal, dispondo corretamente os carreadores em nível e pendentes desencontrados, permite maior eficiência no controle á erosão.

3) subsolagem: permite uma maior infiltração da água das chuvas e pode eliminar o problema de adensamento subsuperficial do solo.

4) escolha de glebas: a escolha de área para o plantio de café deve ser encarada sob o ponto de vista da conservação do solo.

Controle de pragas

Para cada tipo de praga há uma forma de controle:

Cigarras do cafeeiro: controle eliminação do cafezal infestado e plantio de novos cafeeiros somente após dois a três anos.

Para o controle químico a época é no período chuvoso.

Não se deve aplicar inseticidas granulados com matrarias pois, por ser a aplicação localizada em poucos pontos por cova, ocorre uma desuniformidade de controle e uma menor eficiência.

Cochonilha da raiz do cafeeiro: controle é feito na área atacada e em plantas ao redor. Deve-se aplicar inseticidas sistêmico granulado em sulco, a 10 cm de profundidade, a distância de 20 cm dos troncos do cafeeiros.

Ácaro branco: controle pode ser feito utilizando-se clorobendilato a 25% ce, na dosagem de 150 - 200 ml / 100 litros de água.

Broca do café: controle a colheita deve ser muito bem feita, evitando-se deixar frutos nas plantas e no chão, e deve ser iniciada pelos locais mais infestados da lavoura, pois a broca apresenta grande capacidade de reprodução.

Recomenda-se iniciar o controle químico quando se encontrar aproximadamente 3 a 5% dos frutos da primeira florada broqueados.

Traça do café: controle o beneficiamento do café por si só elimina o problema da traça, e deve ser complementado com limpeza dos armazéns e tulhas antes do armazenamento.

Controle das doenças

Ferrugem do cafeeiro: controle a aplicação dos funcigidas cúpricos efetuadas preventinamente , na dosagem de 1 a 1,5 quilos de cobre metálico por hectare. O período de controle preventivo caracteriza-se normalmente por excesso de dias de chuva.

Mancha aureolada: controle os viveiros devem ter as mudas protegidas das ações dos ventos frios através de cercas laterais.

Phoma: controle aplicações de fungicidas específicos nos meses de abril/maio e setembro/outubro/novembro, isto é, duas pulverizações no final do período das chuvas e posteriormente mais três aplicações antes e durante as primeiras chuvas.

Colheita e processamento
Lavagem

Objetivos: a lavagem do café é indispensável para obtenção de um produto de qualidade. É através dela que são eliminadas as impurezas que normalmente acompanham o café após a colheita tais como: terra, torrões, pedras, e o mais importante é separar os grão em lotes homogêneos, com teores de umidade mais ou menos iguais. A lavagem evitará também transtornos nas operações seguintes de secagem mecânica e beneficio.

Tipos de lavadores

Lavador maravilha: são tanques com água, utilizados para a separação rápida dos frutos mais leves e dos frutos mais pesados. Em média , o consumo desses lavadores está na relação de 3 a 5 litros de água para cada litro de café lavado.

Lavador mecânico: foi se desnvolvendo para operar com baixo consumo de água. O café antes de ser lavado passa por uma pré-limpeza onde são eliminadas todas as impurezas maiores e menores do que o fruto do café. O restante das impurezas é separado na bica e eliminado por meio de um dispositivo próprio de cada lavador.

Secagem

A secagem é uma das mais importantes operações pois se mal conduzida poderá acarretar grandes prejuizos. Basta dizer que se um café for seco em demasia terá seu peso final afetado.

O teor de umidade do café da roça é variável de acordo com o estado de maturação dos seus diferentes componentes. Assim, como quanto mais homogênea for a matéria prima, melhor será a secagem e , maiores as possibilidades de obtenção de um café de cor e secagem uniforme, recomenda-se lavar o café antes de iniciar a secagem.

Secagem em terreiro

Os terreiros devem ser localizados em areas de topografia plana ou com pouca declividade, em nível inferior as instalações de recepção e superior as instalações de armazenamento e beneficio os terreiros devem ser sempre que possível pavimentados.

A área varia em função da produção do nº de cafeeiros existentes na propriedade e das condições climáticas da região.

Secador mecânico

O secador mecânico reduz o tempo de secagem, a area do terreiro e a mão de obra. Pode ainda proceder a secagem independentemente das condições de tempo, com sensiveis vantagens para a qualidade final do produto. É sempre aconselhável colocar-se no secador partidas homogêneas e proceder a secagem com temperaturas não superiores a 45º c na massa do café.

A secagem pode ser:

Continua: o produto fica sob a ação do calor até que seu teor de umidade atinja o índice desejado.

Descontínua: o produto sofre a ação do calor por esse periodo de tempo intercalados.

Armazenamento

Terminada a secagem, no terreiro ou em, secadores o café em coco é conduzido as tulhas que além de armazenar, serve para regular a alimentação da máquina de beneficio.

As tulhas devem ser numeros suficientes para atender as necessidades de armazenamento , dando possibilidade a que possam ser armazenados separadamente os grãos de café de diferentes origens e qualidades. Essas tulhas devem ter a capacidade de armazenar um terço da produção média prevista. Sua construção sempre que possível deve ser próximo ao terreiro para facilitar a movimentação de armazenagem do café.

Beneficiamento

É a operação que tem por finalidade retirar a polpa seca do café. Se possivel deve ser feita pouco antes do café ser comercializado, isto porque o café em coco armazenado com os teores de umidade recomendados, mantém cor original e as qualidades organolépticas durante meses, desde que em ambientes frescos, com temperaturas maximas proximas de 20º c e umidades ao redor de 65%. O beneficiamento consta das seguintes operações: pré-limpeza, bica catadora de pedras, descascamento e classificação.

É na classificação que se consegue uma boa apresentação do produto, tornando-se uma fase importante no processo de comercialização e é da boa apresentação deste produto que depende sua colocação no mercado.